DIVER(CIDADE)
Às vezes sinto falta de andar pela cidade.
Sem destino mesmo. Apenas ir.
Caminhar à noite pelas ruas molhadas, acompanhar as mil facetas dos sujeitos embriagados em cada esquina, o tédio dos motoristas e a viagem estampada na cara dos transeuntes.
Perambular é rico. Diverso.
Não importa a música que dita o ritmo da andança.
Ela está lá, tecnologicamente milagrosa, apenas como plano de fundo.
Ilustra o que vier. Alegria, pressa, malabarismos, o branco forte dos faróis, vagabundos, vitrines, concreto e movimentos.
O comando está nos olhos. Perdidamente fixos em cada detalhe irrelevante.
Não há certo ou errado. Só vida.
Não me canso. Apenas sigo. Sem pressa.
Junto e janto as referências. Sem porquês.
A cidade convida. E expulsa.
Você entra, mas não se envolve.
Interação e solidão. E o inverso.
O tempo passa. Sem ser notado.
Eu também.
Sinto-me novo. Velho. Novo de novo.
Um anônimo vivo. Solto pela cidade. Diversa idade.
03/03/2010 às 13:41
É, muitas vezes me pego nessa situação, adoro ver as luzes da cidade na varanda do meu apê. Transmite vida.
Mesmo de madrugada é possível ver tanta gente em casa e na rua.
“The city never sleeps”