DIVER(CIDADE)

Às vezes sinto falta de andar pela cidade.
Sem destino mesmo. Apenas ir.

Caminhar à noite pelas ruas molhadas, acompanhar as mil facetas dos sujeitos embriagados em cada esquina, o tédio dos motoristas e a viagem estampada na cara dos transeuntes.

Perambular é rico. Diverso.

Não importa a música que dita o ritmo da andança.
Ela está lá, tecnologicamente milagrosa, apenas como plano de fundo.
Ilustra o que vier. Alegria, pressa, malabarismos, o branco forte dos faróis, vagabundos, vitrines, concreto e movimentos.

O comando está nos olhos. Perdidamente fixos em cada detalhe irrelevante.
Não há certo ou errado. Só vida.

Não me canso. Apenas sigo. Sem pressa.
Junto e janto as referências. Sem porquês.

A cidade convida. E expulsa.
Você entra, mas não se envolve.
Interação e solidão. E o inverso.

O tempo passa. Sem ser notado.
Eu também.
Sinto-me novo. Velho. Novo de novo.
Um anônimo vivo. Solto pela cidade. Diversa idade.

Uma resposta to “DIVER(CIDADE)”

  1. Conrado Soares Says:

    É, muitas vezes me pego nessa situação, adoro ver as luzes da cidade na varanda do meu apê. Transmite vida.

    Mesmo de madrugada é possível ver tanta gente em casa e na rua.

    “The city never sleeps”

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